segunda-feira, 1 de agosto de 2016
Far South
Editor: Rafael Albuquerque.
Publicação original: -
No Brasil: Far South (dezembro de 2015).
Publicação original: -
No Brasil: Far South (dezembro de 2015).
Eu sinceramente não conhecia o uruguaio Rodolfo Santullo.
Nem de vista. E dentre os mais variados motivos que nos fazem comprar
um gibi no escuro, nesse aqui eu escolhi a temática: se é algo com
faroeste, ainda que minimamente, eu tou dentro. Porque é o tipo do
gênero que até quando é ruim é bom (e já te dou um spoiler: não é o caso aqui).
Por outro lado, o argentino Leandro Fernandez nós dois conhecemos, né? Ao menos você deveria lembrar dele no Justiceiro MAX escrito pelo Garth Ennis. Se nunca leu nada dessa fase, nem uma única ediçãozinha, se nem sabe do que porra estou falando, então por favor feche essa aba (mas antes clique aqui). "Ain mais eu vi o Justiceiro no seriado do Demolidor". Foi né?
Fernandez fez ainda Wolverine, Hulk, além de Stormwatch e um arco de Northlanders (Vikings, porra), do Brian Wood.
E o cidadão desenha que não é brincadeira. Além da narrativa frenética e espetacular (o ritmo é intenso), Fernandez tem um traço que eu adoro e cria um clima noir para a história (lembre-se: um faroeste) com sombras e a escolha acertadíssima na colorização. Como boa parte da trama se passa em um bar ou em ambientes fechados, essa opção se encaixou perfeitamente.
Há paisagens, é claro (e um deserto, como não poderia deixar de ser num faroeste), mas os autores optaram por não passar aquela sensação de secura e calor desgraçado: daí o "south", ainda que não seja definida o local onde a história se passa (e isso não faz a menor diferença. É justamente uma das graças do gibi). Uma outra sacada é a periodização: também não está delimitado por algum recordatório, mas é possível mensurar com umas pistas soltas aqui e acolá (por exemplo, há caminhoneiros, logo não é um faroeste que se passa depois da Guerra Civil Americana).
Dividida em capítulos curtinhos e entrelaçados de acordo com o personagem em questão, você não vai conseguir largar essa revista. A trama é recheada de violência tarantinesca, com questões sociais bem atuais, personagens fortes e sem nenhuma firula.
Não há vilões nem mocinhos, apenas pessoas lutando para sobreviver e faturar uma boa grana, não importa de que maneira (daí a violência).
O texto de Santullo é conciso, sem exageros e com diálogos oscilantes: tem momentos que ele acerta na mosca, em outros fica meio travado, duro. Em muitos, o silêncio é devastador. Agora na ambientação, bom, ele te pega pelo braço e te leva pra passear. Insisto: você não quer largar essa revista.
Acima de tudo: é um roteiro honestíssimo! Santullo não pretende e nem te engana e vai levando a história pro clímax que ela pede, com um desfecho que não poderia ser diferente. Far South TINHA que terminar exatamente daquele jeito, ainda que seu epílogo seja meio batido (e não desmerece a leitura como um todo). Como falei: é violência e personagens dúbios.
Se você quer algo diferente, sair da mesmice, vá sem medo.
Por outro lado, o argentino Leandro Fernandez nós dois conhecemos, né? Ao menos você deveria lembrar dele no Justiceiro MAX escrito pelo Garth Ennis. Se nunca leu nada dessa fase, nem uma única ediçãozinha, se nem sabe do que porra estou falando, então por favor feche essa aba (mas antes clique aqui). "Ain mais eu vi o Justiceiro no seriado do Demolidor". Foi né?
Fernandez fez ainda Wolverine, Hulk, além de Stormwatch e um arco de Northlanders (Vikings, porra), do Brian Wood.
E o cidadão desenha que não é brincadeira. Além da narrativa frenética e espetacular (o ritmo é intenso), Fernandez tem um traço que eu adoro e cria um clima noir para a história (lembre-se: um faroeste) com sombras e a escolha acertadíssima na colorização. Como boa parte da trama se passa em um bar ou em ambientes fechados, essa opção se encaixou perfeitamente.
Há paisagens, é claro (e um deserto, como não poderia deixar de ser num faroeste), mas os autores optaram por não passar aquela sensação de secura e calor desgraçado: daí o "south", ainda que não seja definida o local onde a história se passa (e isso não faz a menor diferença. É justamente uma das graças do gibi). Uma outra sacada é a periodização: também não está delimitado por algum recordatório, mas é possível mensurar com umas pistas soltas aqui e acolá (por exemplo, há caminhoneiros, logo não é um faroeste que se passa depois da Guerra Civil Americana).
Dividida em capítulos curtinhos e entrelaçados de acordo com o personagem em questão, você não vai conseguir largar essa revista. A trama é recheada de violência tarantinesca, com questões sociais bem atuais, personagens fortes e sem nenhuma firula.
Não há vilões nem mocinhos, apenas pessoas lutando para sobreviver e faturar uma boa grana, não importa de que maneira (daí a violência).
O texto de Santullo é conciso, sem exageros e com diálogos oscilantes: tem momentos que ele acerta na mosca, em outros fica meio travado, duro. Em muitos, o silêncio é devastador. Agora na ambientação, bom, ele te pega pelo braço e te leva pra passear. Insisto: você não quer largar essa revista.
Acima de tudo: é um roteiro honestíssimo! Santullo não pretende e nem te engana e vai levando a história pro clímax que ela pede, com um desfecho que não poderia ser diferente. Far South TINHA que terminar exatamente daquele jeito, ainda que seu epílogo seja meio batido (e não desmerece a leitura como um todo). Como falei: é violência e personagens dúbios.
Se você quer algo diferente, sair da mesmice, vá sem medo.
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